7 de novembro de 2016

Ushuaia - 10º dia - Neuquén

10º dia –  Zapala - Neuquén
07/11/2016
213 km (4.927 km)

Hotel muito caro, mas noite bem dormida, café da manhã muito bom.
Vombora, conhecer a oficina do Totó, a JP Servicios.

Totó, um cara gente boa, recebeu a gente muito bem. Na verdade ele é dono de uma loja de motos, peças e acessórios, a oficina ocupa o mesmo espaço, mas aparente é de propriedade do mecânico Edgardo Jerez.



Foi um dia tenso, cheio de ânimos e desânimos. A loja não tinha nenhum amortecedor parecido, o mecânico já fez sua análise sendo bem pessimista (desânimo). O Totó se propôs a ligar em Neuquén (capital), em várias lojas, para verificar a existência da peça ou de similar (ânimo). Me ofereci para pagar as ligações, ele não quis receber nada. As notícias ao final de cada ligação eram ruins (desânimo).

Enquanto ligações eram feitas, aproveitei o wi-fi da loja e entrei em contato com o amigo mecânico no Brasil: Bidiela. Foi uma loucura, o Bidiela queria tirar o amortecedor da XT dele e me enviar, mas seria inviável esperar tantos dias para resolver o problema (deixei essa idéia na reserva). Em contato com a seguradora, já adiantei a possibilidade de remover a moto para o Brasil, mas meu plano não cobria América do Sul, tentei alguma mudança, não colou (desânimo).

Em contato com o grupo Riders Brasil, me incluíram no Riders Argentina, apesar do apoio e prontidão do pessoal, não puderam ajudar.

Todo esse processo demorou quase a manhã inteira.

Ao fim das ligações o Totó nos sugeriu pegar o amortecedor da XT (que já estava retirado) e ir a Neuquén procurar o El Titi, um preparador de suspensões de competição que poderia restaurar a peça (ânimo). Pegamos o endereço, coloquei o amortecedor em uma sacola plástica e, na garupa do Ednei, seguimos para a capital da província. Viagem tranquila de 192 km, eu nunca tinha andado tanto de garupa, apesar da V-Strom ter um banco confortável, prefiro pilotar.

Na oficina do El Titi: o cara é super gente boa, oficina cheia de fotos com carros de competição, o cara também é piloto. Porém, a notícia não foi boa, pois para arrumar o amortecedor daria muito trabalho, ele teria que abrir, serrar, criar uma tampa, montar novamente e tudo isso demoraria uns 4 dias (desânimo). Seria possível esperar nosso roteiro e esperar 5 dias, ou rodar só na moto do Ednei e depois pegar o amortecedor, muitas opções mas sem decidirmos, pois cada uma gerava um monte de dúvidas. El Titi nos recomendou ir ao centro da cidade, em uma rua de motos, similar à General Osório de São Paulo e procurar a Yamaha e outras lojas que poderiam ter uma peça parecida, fomos (ânimo).



A primeira opção foi a concessionária Yamaha, onde o resultado foi negativo, nada de amortecedor parecido (desânimo). Então, partimos para entrar em loja por loja, até chegarmos em uma lotada de gente, com um balcão grande e atrás deles centenas de peças penduradas e em prateleiras. Quando o pessoal viu a gente com o amortecedor na mão e que falávamos português, portanto identificados como brasileiros, piadinhas rolaram aos montes, mas como não entendemos nada, somente rimos junto.

O balconista perguntou: Vocês que estão com uma moto quebrada em Zapala? O pessoal de la ligou aqui atrás de uma amortecedor igual a este! Viramos notícia! Coloquei o amortecedor na mão do cara e ele saiu para o labirinto de prateleiras, ficou lá por uns 2 minutos e voltou com um amortecedor parecido! (Ânimo, muito ânimo!) Mesmo comprimento, bucha superior com furo maior e suporte inferior com furo menor. Alargar o furo inferior é fácil, mas trocar a bucha superior nem tanto. Liguei para o mecânico de Zapala e ele disse que trocava a bucha facilmente.

O vendedor somente informou um dado importante: o amortecedor era mais fraco, feito para motos 250 cilindradas. E por ele paguei cerca de 300 reais.

El amortiguador!
Como estava tarde para voltar para Zapala, dormimos no Hotel Punto Cero com um bom custo benefício, no centro da cidade (tentamos procurar um hostel, mas não encontramos). 


Neuquén (de nehuenken, que significa "rio ventoso" em Mapudungun) é a capital da província de Neuquén na Argentina e é a cidade mais importante da Patagônia. A região metropolitana de Neuquén - Plottier - Cipolletti supera os 290 mil habitantes. É uma cidade reconhecida como produtora de maçãs, uvas e peras, além de sucos e petróleo.

Como o hotel não tem estacionamento (desvantagem perante o preço), deixamos a moto em um estacionamento há um quarteirão de distância.

O jantar foi ao lado do  hotel, em uma mesinha na calçada de um restaurante, onde o garçon ficava me perguntando se eu queria uma cuchara... o cara era insistente, e eu não sabia que comida, ou tempero era esse, então, pedi para ele me trazer para eu ver o que era,.... bom quem sabe um pouquinho mais de espanhol saberá que o cara me trouxe uma colher.

Ali jantando conhecemos um Argentino Mineiro! Isso mesmo, o cara é argentino, e disse morar em Uberlândia. Fez uma caricatura minha. Cara divertido, mas, não lembro o nome. A gente só conhece figurassas nessas viagens!



Bora dormir, amanhã a Negona volta a rodar!


Dicas:

- Gasolina: 15,75 AR = 3,15 BRL

- JP Servicios - Brown 737 - https://www.facebook.com/JP-Servicios-1825726104305808/

- Hotel Punto Cero - Av. Cnel. Olascoaga 243 - http://hotelpuntocero.com.ar - Apartamento para dois: 900 AR = 180 BRL.



2 comentários:

  1. Não dava pra trocar a mola? Acho que o amortecimento dava pra levar, a carga da mola é que deveria ser diferente, para maior peso... talvez resolvesse.

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    1. Boa Paulo!! Cara, antes de comprar o amortecedor novo, o El Titi falou até que dava para recondicionar, mas o processo demoraria dias para ficar pronto, o que inviabilizaria a viagem. Como os dois amortecedores são lacrados, o trabalho de abrir o amortecedor para trocar as molas seria praticamente o mesmo de recondicioná-los e fechá-los novamente, sou seja, demorado. Então... partimos para o uso do novo mesmo.

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