9 de novembro de 2016

Ushuaia - 12º dia - Bariloche

12º dia –  Bariloche
09/11/2016
489 km (5.628 km)

Muito frio na manhã de Zapala, com vento congelante, mesmo no estacionamento do Hotel. Gastei parte da manhã estudando uma maneira eficiente de prender a nova mala verde no banco da moto. Depois de algumas alternativas, encontrei um bom jeito.

Hoje saímos com destino programado: Bariloche, passando pela região dos Siete Lagos.

Ruta 40 sul, totalmente asfaltada. Mas o frio começou a mostrar seu poder na estrada (eu deixei para comprar uma boa luva nas vésperas da viagem e,.... lógico, em Araçatuba, não encontrei), acabei comprando uma boa, mas não para frio extremo, porém.. o amigo Marcelo Melinsk me emprestou suas luvas de guidão (orelhas de elefante), o que aliviaria a sensação de frio nas mãos).

Cavalo Bagual, animais assilvestrados da Patagônia.


A partir de Zapala a Ruta 40 continua em deserto, em uma região relativamente plana, e segue com longas retas. O vento estava razoável sem interferir muito na pilotagem. Rodamos até Junin de Los Andes tranquilamente assim, frio de manhã, pouco vento, temperatura fresca durante o dia.

Em algum lugar entre Junin de Los Andes e San Martin de Los Andes eu estava bem à frente do Ednei (sem contato visual pelo retrovisor), e me deu uma grande vontade de urinar, saí do asfalto para uma estrada de terra, parei a moto, desci, me virei para uma árvore e quando ia começar o processo de liberação de líquidos, vi que havia uma senhora em um ponto de ônibus próximo. Parei tudo, subi na moto e continuei mais um pouco pela estrada de terra, enfim parei em um lugar deserto e me aliviei. É incrível a sensação de mijar ao ar livre vendo uma estrada, no meio do deserto que segue em direção a um vulcão com neve no pico! Ali eu estava mijando e contemplando o Vulcão Lanin, que devia estar a uns 50 km de distância.

Vulcão Lanin, há cerca de 50 km.


Vulcão Lanin

Enquanto fazia minhas necessidades escutei a moto do Ednei passando pela rodovia, tirei algumas fotos da paisagem e voltei logo para o asfalto e fui tocando com calma, logo alcançaria a V-Strom.

Até antes de San Martin de Los Andes eu não tinha sinal do Ednei, mas continuei tocando com calma, uma hora teria de achá-lo.

Em uma região mais montanhosa da estrada há um mirante para observação de condores, não havia nenhum disposto a aparecer no momento que passei. Mas, durante uma descida, haviam dois, enormes, no meio do asfalto ao lado de uma carcaça de uma lebre. Parei a moto para pegar a máquina fotográfica, mas eles não quiseram ser fotografados, voaram.

Mirante para obsevar condores.

Em San Martin vi uma placa indicando o Lago Loglog, eu me lembrava que tinha feito um roteiro para esse lago, procurei no GPS e achei, como a distância era pouca, toquei para lá rapidinho e era um lugar muito bonito, porém com mais vento e mais frio, e na beira do lago a sensação era meio congelante.

Ida para o lago Loglog
Lago Loglog

Abasteci em San Martin, e nada do parceiro. Toca o barco para os Siete Lagos, com certeza encontraria o Ednei por lá, tirando fotos.

Lago Lácar
Região de los Siete Lagos, um trecho incrível da Ruta 40, que merecia um, dois ou três dias de exploração. É um lugar ideal para percorrer de bike, tinha muita por lá. Muita montanha, lagos, floresta, montanhas com neve. Incrível!

O caminho dos Sete Lagos vai de San Martin de Los Andes à Villa la Angostura, em um trecho de aproximadamente 107 km. Os lagos no caminho são: Lácar, Machónico, Falkner, Villarino, Lago Escondido, Correntoso, Espejo e Nahuel Huap. Citei 8 lagos? Mas é isso mesmo, a região dos sete lagos, tem... 8 lagos.




Lago Machónico

Cascada Vuliñanco



Lago Correntoso
As águas dos lagos são extremamente transparentes, olhando à distância, são azuis.


Lago Espejo Tico

Lago Espejo

Finalmente, em Villa la Angostura, no gramado da frente do posto YPF vi a V-Strom estacionada, propositalmente ali para chamar a atenção de alguém (eu). Finalmente achei o Ednei!

Café rápido para esquentar o corpo, e toca para Bariloche. O frio? Só aumentava. O caminho é todo asfaltado e é tão espetacular quanto o dos sete lagos. Mas agora vai circundando o lago Nahuel Huapi, muito lugar para filmar, tirar foto e contemplar. Corrijo a informação, essa região dá para ficar muitos dias explorando.



Chegamos em Bariloche no fim da tarde, mas como o sol se põe as 21:00h, deu tempo de encontrar um hostel, rodar um pouco, conhecer o lago Nahuel Huapi, abastecer e procurar uma loja de peças para eu comprar um paralama (desde a queda, a moto estava sem, em Zapala não tinha e em Neuquén esquecemos desse detalhe).

Lago Nahuel Huapi



Minha bota "abriu o bico", na verdade, a parte de trás, como ela faz em todas as viagens. Em frente ao hostel há a Zapateria Molina Jrs (Diagonal Capraro, 1019), atravessei a rua, entrei e uma senhora muito simpática me atendeu. Mostrei a bota, e expliquei minha situação de viajante de moto. Ela perguntou se eu não poderia pegar amanhã, na hora do almoço, ferrou! Fiz uma cara de "Gato de Botas" e expliquei que a gente ainda tinha que rodar mais 5000 km até Ushuaia e sairíamos de manhã. Ela entendeu e se propôs a costurar a bota em 30 minutos.



Saí da zapateria com um pé calçado e o outro só com meia, atravessei a rua e fui instalar o para-lama novo na moto.  Estava muito frio, meu pé sem bota, estava congelando, mas consegui instalar o para-lama facilmente nos 30 minutos que eu tinha para ir pegar a bota, o conserto de costura dupla ficou em 70 pesos (14 reais), agradeci muito à senhora pelo atendimento, com um "a senhora salvou minha vida". Quanta coisa boa acontece nessas viagens!

Colocando para-lama, descalso, enquanto a bota fica pronta.

Motos guardadas no estacionamento e a ida para o jantar foi a pé, na Cervejaria Lowther, especializado em cervejas, para cada tipo de gosto ou de prato. Experimentamos duas das mais exóticas, mas eram muito fortes e cortou a vontade de tomar mais.



O Ednei pediu um filé enorme com ovo e batas fritas e eu fiquei indeciso, tomando cerveja e batendo um papo animado, o lanche do Ednei chegou, e o meu nada. O Ednei acabou de comer, e o meu pedido, nada. Antes de eu chamar a moça para perguntar do meu pedido, o Ednei questionou: Você fez seu pedido mesmo? Puts, eu não tinha feito! kkk. Pedir algo naquele ponto atrasaria nosso sono, então, como o parceiro não tinha comido tudo, fiquei com a outra metade do prato dele. A gente anda de moto e o cérebro para parcialmente de funcionar!

Muito grande, muito bom!

Ao sair do bar, muito frio, muito mesmo, cerca de 8 graus, com vento. No quarto, aquecedor no máximo e, boa noite!


Dicas:

- Gasolina: 15,77 AR = 3,15 BRL

- Não ficamos em Bariloche, foi somente pernoite. Mas a cidade tem foco no turismo. com as montanhas, esqui, snowboard, rafting, cavalgadas, parapente, ciclismo, Cerros Catedral e Tronador, Parque Nacional Nahuel Huapi, a travessia dos lagos andinos até o Chile, a Isla Victoria (no lago Nahuel Huapi), a região de El Bolsón (ao sul da cidade), a Colonia Suiza (em meio a bosques, na qual se situa um museu que conta a imigração suíça para a região) e os percursos turísticos chamados Circuito Chico e Circuito Grande, com paradas em várias vistas panorâmicas dos bosques e montanhas ao redor da cidade. Ainda há produção de vinhos, trutas e javalis.

- Hosteria Los Alpes - diagonal Capraro 1034 -  hosterialosalpes@speedy.com.ar - (0294) 442 3416. Local simples, mas confortável, bom atendimento. Estrutura antiga, precisando de reforma. Mas, um bom custo benefício para dormir um ou dois dias em uma viagem de moto. Preço: 700 AR = 140 BRL.


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