6 de fevereiro de 2015

Morro do Diabo - 1º dia.

MORRO DO DIABO - Teodoro Sampaio

Conhecer este parque paulista já estava nos meus planos há algum tempo. Foi um planejamento simples, pois o site oficial contém boas informações e por telefone consegui tirar todas as minhas dúvidas; inclusive a hospedagem foi garantida no alojamento do próprio parque. Então, vombora!

Um pouco de história:
O Parque Estadual do Morro do Diabo foi criado em 1986, e possui uma área de 33.845,33 ha. O nome do parque é dado devido ao Morro do Diabo, uma elevação com cerca de 250 metros que se destaca na paisagem. A criação do parque foi a forma de proteger a área perante às grilagens, conflitos destruição que ocorriam. Na verdade esta área foi a única que sobrou das antigas Reserva Estadual do Morro do Diabo, Reserva Lagoa São Paulo e a Grande Reserva do Pontal do Paranapanema, criadas em 1941 pelo governador Fernando Costa (defensor da conservação), mas com as duas últimas totalmente invadidas com o apoio do governador Ademar de Barros, que protegia a grilagem. A Reserva Lagoa São Paulo se extinguiu e a Grande Reserva do Pontal do Paranapanema passou de 246.840 hectares, para 108.900 hectares. Na verdade o Parque do Morro do Diabo só está salvo devido à redescoberta do, até então, extinto mico-leão-preto e ao barulho feito pela imprensa nacional e internacional, que chamaram a atenção de todos para o local. O mico-leão-preto era considerado extinto desde 1905, mas foi redescoberto no Morro do Diabo em 1970, a espécie só existe lá, e em uma única população viável da espécie, com cerca de 1.000 indivíduos.

O caminho para Teodoro Sampaio é relativamente tranquilo e bom, tudo por pista simples. Foram 275 km, feitos em pouco mais de 3 horas, com uma parada em Parapuã para tomar um suco na barraca à beira da estrada, e abastecimento em Presidente Prudente.



Estradas sem maiores problemas.

Chegando...!

E está aí, cheguei!

Chegar à sede do Parque é fácil, atravessa-se a cidade toda pela Avenida Cuiabá (central), quando se chega no último quarteirão já tem uma placa indicando virar à direita para pegar uma estrada vicinal (asfaltada) de 11 km.

Dica: o Morro do Diabo não fica na sede, fica em outro lugar do parque, por outros caminhos (mais adiante esclareço).

Fui recebido na guarita onde o guarda já sabia que era eu que ia ficar hospedado lá, não ficaria mais ninguém no alojamento, ele anotou meus dados e indicou o local onde outro guarda me conduziria. Pessoal muito educado.

Fui logo pois queria visitar pelo menos uma trilha, das 6 que existem ali. Mas aconteceu algo que, com e Negona nunca tinha acontecido nestes 3 anos de parceria, furou o pneu! Foi sair da frente da guarita e andar 10 metros a moto dançou a traseira e murchou tudo, completamente!

O jeito foi empurrar a moto por 300 m até o escritório da segurança, a hospedaria era mais uns 80 m dali, mas o segurança Rodrigo me ajudou a empurrar dessa vez. Bom, já vi que estava ferrado, o jeito agora era pensar em como resolver o problema, eu tinha levado um reparador de pneus Motul, se conseguisse encher e tapar o furo, dava para voltar na cidade e consertar, mas nem deu tempo de terminar o pensamento o Rodrigo ofereceu seu carro para eu levar o pneu na cidade. Sinceramente, nem pensei em ser educado e negar a oferta, aceitei e me mostrei feliz para o cara; bom, nessas horas é que descobrimos à nossa volta as boas pessoas, esse cara foi nota 10!


O Rodrigo me levou até o quarto que eu ficaria na hospedaria e informou todas as "regras da casa". O alojamento é uma grande casa, com 7 apartamentos, no que eu fiquei haviam 3 beliches; na parte comum da casa há uma lavandeira, uma cozinha completa, um refeitório e uma sala de TV. Bem legal. É possível hospedar até 40 pessoas.

Cozinha.

Refeitório.

Sala de TV.
Me preocupei com o calor, mas no apartamento há um ventilador gigante na parede (daqueles igual de igreja...rss), que aparentemente daria conta do serviço. Tudo por R$ 19,00. Há roupa de cama, toalhas, travesseiros e cobertores, mas na dúvida trouxe um lençóis, fronha e toalha de casa (não dei chance para minha renite estragar a viagem).


Apartamento.

Lado externo

Lado externo

Local do descanso reconhecido, o Rodrigo me entregou a chave do seu carro. Deixei toda a tralha no quarto e, vamos lá, tirar a roda da moto.

Até o macaco eu usei o do carro. 


O brabo mesmo não foi tirar o pneu, foram os pernilongos me picando enquanto eu fazia esta tarefa, estavam tão esfomeados que picavam até por cima da blusa!

Bora rodar!

O carro era assim, o banco do motorista era fixo, não tinha regulagem, pois como estava quebrado, foi deixado na posição que a esposa do cara gosta e acho que ela é bem baixinha, porque ficou apertado.

Corre para a cidade e no primeiro quarteirão da avenida principal já tinha uma loja de pneus com borracharia, mas fechada (já era mais de 18:00h). Parei em um posto para perguntar e o frentista começou a me orientar com um "Vixe!": "Vixe, hoje vai ser difícil, se você achar é só no posto lá na rodovia da entrada da cidade", pensei... tô ferrado! Vou ter que arrumar esse pneu amanhã cedo e vou perder o agendamento para visitar o Morro do Diabo, perdi a viagem. Mas toquei em frente. Ainda bem que no meio do caminho havia um outro borracheiro.

Resultado do serviço: um furo por um pedaço de arame duro e um corte na câmara de ar, bem na solda da emenda (provavelmente feito quando andei aquele pedaço como pneu murcho), o corte foi bem na solda de emenda da câmara e o borracheiro sugeriu trocar, pois é um local que pode abrir sozinho depois. Achei que o cara tava me enganando, mas como essa câmara ainda é a original da moto e a que ele tinha era de boa marca, resolvi trocar.

Fechando a conta: 45 reais pela câmara, 5 reais pelo serviço, 20 reais de álcool no Gol para retribuir e pagar a ajuda do Rodrigo.

Até voltar ao parque, recolocar a roda com pernilongos picando, agora ajudados por duas mutucas, já anoiteceu. Hora do banho, preparar um Miojo, assistir um pouco de TV e dormir. Mas, olhei para o Miojo, ele olhou para mim, e resolvi ir jantar na cidade, no melhor lugar da cidade indicado por frentistas, o Gaucho´s Grill, com rodízio de pizza. Deu para matar a fome e a sede.

Aproveitei para deixar marcada minha passagem por lá.
Bora dormir!





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